terça-feira, 12 de março de 2013

Sem final. Sem fim.


Acordo. Assustada. Sem fôlego.Tentando puxar o ar como se minha vida dependesse disso. Não há mais tempo. Esse lugar é estranho. Não o reconheço. Não me reconheço. Luto para saber o que isso significa. Não há respostas.Algo está me sufocando. É forte, mas não posso o ver. Debatendo em cima daquele chão frio, luto. Apenas luto. Não sei, na realidade, se há motivos para isso. Para a luta. Desgastada e de alma suja, fujo. Corro. Para longe.Não importa o destino. Apenas sair dali. Passos cansados. Há muito o que andar e não há forças.Me canso com senilidade. Isso está me cansando. Fugir. Sou uma covarde? Correr assim? Digo, não há mais o que fazer, certo? Fugir deveria ser uma solução. Não é?Covarde, eu? Não havia mais como suportar tudo aquilo. Apenas me diga o que fazer e eu farei. Essa fuga me cansa. Estou sozinha. Não há nada nem ninguém a quem pedir ajuda. Afinal de contas, estamos sozinhos, não? Pactos como "na alegria e na tristeza" não deviam ser feitos. São fajutos. Sujos. No final de tudo, somos um "eu" lutando pela própria sanidade, pela própria vida. Esta fuga deletéria. Me corroí. Tem sido rotineira.Parar para respirar é o mesmo que esperar pelo pior. 

Ajuda. Preciso. (...)

Amanda Laryssa







10 comentários:

J. disse...

Gostei do texto, mas queria comentar especificamente que encontrei um pouco de mim na sua descrição.
Também sou escritora de gaveta e fotógrafa, só não mais de compacta - depois de muito custo!
Meu violão também só ganha arranhões e o chuveiro é, primariamente, onde solto a voz em paz.
Só não amo a correria do dia-a-dia e conto algumas primaveras a mais, mas não por isso sou menos interessada em bons escritos que vêm de longe. (:
Seguirei o blog com prazer!

Inercya disse...

Uma fuga. No fim, a gente sempre segue e foge só.

Bird disse...

há sempre aquele conselho master: encare os seus problemas.
~~ Emilie Escreve ~

Heloisa Moraes disse...

Transpirando inquietude.

Jéssica do Vale disse...

O desejo e a despedida.
Faça de dois punhos.

Mateus Medina disse...

Muito intenso.

E é verdade. Por mais que dividamos, SER, somos só "eu". É preciso aprender a conviver com isso, sem que isso signifique amargura.

Podemos devidir, compartilhar e ser feliz assim. Mas há muito, muitos momentos em que... somos só e nada mais do que nós mesmos...

bjos

Moça disse...

Forca! nunca desista de se reerguer!
bjo
http://opinandoemtudo.blogspot.com.br/

Iorgama Porcely disse...

Acho que, independente da situação, sou covarde demais para fugir. Apenas luto mesmo quando o obstáculo é o dobro do meu tamanho.

Gostei muito do texto!

Maria Luisa Adães disse...

Não duvide nem pergunte...

Estamos sós sim...

Nascemos sós, alguém nos espera

Morremos sós e não sei quem nos espera...

E a solidão é nossa companheira!

Maria luísa

Yasmin disse...

Gosto muito de ficar sozinha também. Passa uma sensação boa de não precisar aguentar os outros ou ser obrigada a isso. E acho que o contato de nós com nós mesmos é bastante saudável...
Beijos.